Famílias vivem em condições sub-humanas no Açude das Pedras
No
populoso e pobre bairro do Açude das Pedras, em Itabaiana, oito famílias vivem
em situações precárias e sub-humanas no prédio onde seria instalado o Mercado
Público. Eles esperam por mais de dez anos por ajuda do poder público.
No
local, pessoas idosas, adultas e principalmente crianças são obrigados a morar
ao lado de esgotos a céu aberto, com iluminação pública precária e sofrer com a
lama e com a presença de insetos peçonhentos.
Sem
muitas perspectivas de uma vida melhor, as famílias contam que apenas são
lembradas em épocas de campanhas eleitorais e após este período, acabam sendo
esquecidas pelos políticos.
Ironicamente,
as famílias moram em frente ao prédio onde funciona o Posto de Saúde da
Família. O estado geral do prédio é comprometedor, com muitas goteiras, mofo,
paredes com rachaduras, sem água ou eletricidade. Por não terem para onde ir,
as famílias se submetem a morar no local, vivendo da venda do que conseguem
reciclar em um lixão próximo. Os adultos, adolescentes e crianças passam o dia
recolhendo materiais do lixão, única fonte de sobrevivência.
Leandro
Ferreira da Silva Andrade mora no prédio abandonado do Mercado Público, em um
espaço de aproximadamente três metros quadrados, com sua esposa e seus dois
filhos menores. Declarou que reside ali há oito anos. Sem muita perspectiva de
melhora, ele reclamou das autoridades públicas do Município que “não olham para
os pobres”. Na sua “casa” não tem sequer
um sanitário. As pessoas descartam seus detritos nos arredores, a céu aberto.
Carlinhos
é outro morador do prédio. Ele tem sob seus cuidados três pessoas. A família
sofre problemas psíquicos, mal estar devido às péssimas condições de vida. “Eu
mesmo tomo remédio controlado”, declarou Carlinhos. A realidade deprimente
favorece à depressão e alcoolismo, em muitos casos. Ele disse que vive de um
benefício do Governo Federal, no valor de apenas setenta reais, que mal dá para
as despesas de alimentação por um período de 15 dias. A desafortunada família é
vizinha do jovem George da Silva de Sousa Ferreira, vinte anos, catador de
lixo. “Não tenho vergonha do meu trabalho, espero um dia sair daqui e melhorar
de vida”, disse ele. Se antes o telhado não cair sobre sua cabeça, acrescentou.
O
ancião Manoel disse que alguns políticos locais já prometeram tirar as famílias
do local, sem que as promessas fossem cumpridas. Roseane, outra moradora do
prédio, queixa-se do péssimo atendimento no Posto de Saúde da Família no Açude
das Pedras. Indignada, ela disse que sofre com a falta de medicamentos e
atenção básica.
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