“Estão matando o Rio Paraíba!
Estão extraindo o nosso ouro, levando para fora do estado e do país, sem
qualquer impedimento” é o que afirma o pároco da cidade de Pilar, padre Alex
Cauchi sobre a extração de areia do Rio Paraíba.
Com a extensão de cerca de 380
quilômetros de comprimento, o Rio Paraíba – oficialmente denominando de Rio
Paraíba do Norte – nasce na Serra de Jabitacá, no município de Monteiro, e
deságua no Oceano Atlântico, na região dos municípios de Santa Rita, Bayeux,
Cabedelo e Lucena, localizados na Região Metropolitana de João Pessoa. A Bacia
do Paraíba é a segunda maior do estado da Paraíba, ficando atrás apenas da do
Rio Piranhas, e abrange 38% do território, beneficiando 1.828.178 habitantes, o
que corresponde a 52% de sua população total.
Levando em consideração toda sua
importância, seja ambiental, seja econômico para o estado, o Rio Paraíba vem
passando por um processo de extrema gravidade com a retirada indiscriminada de
areia e cascalho do seu leito. Na região de Salgado/Itabaiana/Pilar/São Miguel
predomina uma verdadeira “indústria” de extração de areia e cascalho para
utilização, principalmente, na construção civil. Conforme estudos realizados
nas cidades banhadas pelo Paraíba pelo Centro de Apoio Operacional às
Promotorias do Meio Ambiente e dos Bens de Valor Artístico, Estético,
Histórico, Urbanístico, Turístico e Paisagístico (Caop do Meio Ambiente),
apontou que um dos trechos mais críticos do Paraíba é a parte que fica nas
regiões dos municípios de Itabaiana e São Miguel de Taipu.
Conforme padre Alex, muita gente
ainda vê a extração de areia como um comércio qualquer, mas que na verdade ainda
não enxergam o impacto disso a longo prazo. Lembra ainda que em Pernambuco já
existe uma legislação estadual que proíbe a extração de areia dos rios. “O governo
de lá tomou juízo“, ressalta. “Além da lei, lá não ocorre mais a extração
porque o minério acabou, não existe mais. É por isso que os exploradores desses
areais estariam vindo para a Paraíba para continuar com o comércio de retirada
de areia, principalmente do nosso Rio Paraíba” finaliza.
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