terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Estão matando o Rio Paraíba, diz padre de Pilar


“Estão matando o Rio Paraíba! Estão extraindo o nosso ouro, levando para fora do estado e do país, sem qualquer impedimento” é o que afirma o pároco da cidade de Pilar, padre Alex Cauchi sobre a extração de areia do Rio Paraíba. 

Com a extensão de cerca de 380 quilômetros de comprimento, o Rio Paraíba – oficialmente denominando de Rio Paraíba do Norte – nasce na Serra de Jabitacá, no município de Monteiro, e deságua no Oceano Atlântico, na região dos municípios de Santa Rita, Bayeux, Cabedelo e Lucena, localizados na Região Metropolitana de João Pessoa. A Bacia do Paraíba é a segunda maior do estado da Paraíba, ficando atrás apenas da do Rio Piranhas, e abrange 38% do território, beneficiando 1.828.178 habitantes, o que corresponde a 52% de sua população total.

Levando em consideração toda sua importância, seja ambiental, seja econômico para o estado, o Rio Paraíba vem passando por um processo de extrema gravidade com a retirada indiscriminada de areia e cascalho do seu leito. Na região de Salgado/Itabaiana/Pilar/São Miguel predomina uma verdadeira “indústria” de extração de areia e cascalho para utilização, principalmente, na construção civil. Conforme estudos realizados nas cidades banhadas pelo Paraíba pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias do Meio Ambiente e dos Bens de Valor Artístico, Estético, Histórico, Urbanístico, Turístico e Paisagístico (Caop do Meio Ambiente), apontou que um dos trechos mais críticos do Paraíba é a parte que fica nas regiões dos municípios de Itabaiana e São Miguel de Taipu. 


Conforme padre Alex, muita gente ainda vê a extração de areia como um comércio qualquer, mas que na verdade ainda não enxergam o impacto disso a longo prazo. Lembra ainda que em Pernambuco já existe uma legislação estadual que proíbe a extração de areia dos rios. “O governo de lá tomou juízo“, ressalta. “Além da lei, lá não ocorre mais a extração porque o minério acabou, não existe mais. É por isso que os exploradores desses areais estariam vindo para a Paraíba para continuar com o comércio de retirada de areia, principalmente do nosso Rio Paraíba” finaliza.

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