O deputado estadual Trócolli Júnior acusou o
governo da Paraíba de negligência e incompetência pelo sucateamento do Hospital
Regional de Itabaiana. Segundo o parlamentar, o hospital, construído pelo
ex-governador José Maranhão, foi equipado com aparelhos de última geração,
alguns importados da Alemanha, para atender mais de 120 mil pessoas. “Menos de
três anos depois, o hospital está sem condições de fazer um simples curativo,
porque lá falta de gaze a fio de sutura, de papel higiênico a desinfetante”,
disse Trócolli.
A denúncia foi feita em uma emissora de rádio
de João Pessoa no dia 20 de novembro, quarta-feira. Ele informou ainda que o
hospital de Itabaiana possui mais de cem leitos, muitos deles manejados por
controle remoto, “mas que não podem acolher pacientes com decência e conforto
porque sequer dispõem de roupa de cama (limpa ou nova) em quantidade suficiente
para cobri-los”. O deputado disse ainda que o hospital há muito suspendeu as
cirurgias eletivas e, mais recentemente, até mesmo os partos cesarianos.
Presente no estúdio da rádio no momento da
denúncia, o Secretário de Saúde do Estado, Waldson de Souza, não rebateu as
acusações de Trócolli Júnior, limitando-se a informar que tenta resolver a
questão dos anestesistas, sem os quais não há como fazer as cirurgias que o HRI
já não faz.
O Hospital Regional Sebastião
Rodrigues de Melo foi inaugurado em 26 de junho de 2010 pelo então governador
José Maranhão, que na ocasião afirmou: “os hospitais construídos com recursos
públicos devem ter o padrão de qualidade igual ou mesmo superior aos hospitais
particulares, porque os cidadãos que pagam impostos merecem respeito e
atendimento digno na rede hospitalar do Estado”. Presente ao ato de
inauguração, o atual prefeito de Itabaiana, Antonio Carlos de Melo Júnior,
disse que o Hospital teve sua pedra fundamental colocada em 1999, quando ele exercia
o cargo de prefeito da cidade, tendo assinado com José Maranhão o convênio para
que aquela obra fosse executada. Três anos depois, o hospital junta-se ao
filantrópico Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo na cadeia de
equipamentos públicos de saúde sucateados e quase sem serventia para a
população, que precisa pedir favores a particulares para transporte de
pacientes a João Pessoa e Campina Grande, já que os dois hospitais da cidade
não dispõem de ambulâncias.
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