O
Sindicato dos Ferroviários indeferiu pedido da Academia de Cordel do Vale do
Paraíba para ocupar uma sala vazia na sede da entidade, na Rua da Areia, em
João Pessoa. O Presidente do sindicato, Severino Urbano, lamentou a recusa da
diretoria em dar acatamento à solicitação dos poetas. “Fui atropelado pela
diretoria e todos votaram contra a cessão da sala que está ociosa. Fui voto
vencido, sinto muito por ter diretores ‘cabeça dura’ que não entenderam que as
atividades da Academia iriam agregar valor ao sindicato”, disse ele.
O
secretário da Academia, Fábio Mozart, e o tesoureiro, Thiago Alves, que são
ex-ferroviários, também lamentaram a recusa dos sindicalistas em ceder um
espaço físico ocioso para atividades culturais. “Fui fundador do Sindicato e
fiquei decepcionado com a resolução dos companheiros, pois nosso intuito é de
promover atividades culturais e recreativas que permitam o desenvolvimento
intelectual dos associados, dinamizando a integração social, que é um dos
objetivos da entidade de classe dos ferroviários, incluindo uma biblioteca com
mais de mil títulos”, explicou Fábio Mozart.
Sander
Lee, Presidente da Academia, disse que a entidade continuará buscando apoio
para instalação da sede da instituição. “Temos um acervo de folhetos que
precisamos colocar à disposição de estudiosos e do público em geral, além de
constar em nossa agenda a realização de oficinas de cordel e xilogravura, mas
os poetas hão de encontrar um espaço para sentar praça e produzir a literatura
popular”, afirmou.
Para o
compositor e poeta itabaianense Adeildo Vieira, essa postura “é mais comum do
que se imagina no meio da burocracia política dos sindicatos que acabam virando
as costas para a poesia”.
O diretor
do Sindicato, José Cleofas, informou que a decisão não é definitiva e que
poderá ser revista, aprovando o comodato com a Academia para utilização da
sala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário