Os posseiros da fazenda Paraíso, em Pilar, estão esperando que o
Tribunal de Justiça da Paraíba e o Governo do Estado revertam uma ordem de
despejo que determina a saída de 36 famílias e a destruição de 90 hectares de
plantação, além das casas construídas na área. “Essas famílias possuem direitos
adquiridos e a justiça não pode tomar uma decisão arbitrária dessa, sem
considerar as consequências”, disse o deputado estadual Frei Anastácio.
Quarta-feira (27), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e cerca de mil
trabalhadores e trabalhadoras rurais realizaram mobilização, em João Pessoa,
para protestar contra a decisão judicial que determina o despejo das famílias
que vivem há 80 anos na fazenda Paraíso. “As famílias e trabalhadores de diversas
áreas já estão prontos para outras ações, se nada for resolvido”, anunciou o
deputado que participou da manifestação.
A mobilização de quarta-feira foi realizada com uma caminhada, que
começou no Mosteiro de São Bento e passou por diversas ruas do centro de João
Pessoa, até a praça dos três poderes. Lá, uma comissão participou de audiência
com o chefe de gabinete do Governador do Estado, quando foi pedido que o
governo ajudasse a encontrar solução para o problema.
“A situação é tão preocupante que na ordem judicial é para a destruição
de toda a plantação e residências existentes na propriedade, ficando o povo sem
ter para onde ir e de onde tirar o seu sustento, prejudicando o direito das
famílias que nasceram e se criaram na fazenda”, disse o deputado.
Em nota distribuída com a população, os trabalhadores contam que seus
avós já trabalhavam naquelas terras em regime de escravidão para o
latifundiário Agnaldo Veloso Borges. Em seguida, a terra foi passada para
filhos e netos. A família de Agnaldo Ribeiro, numa briga judicial com o filho
do ex-governador Ivan Bichara Sobreira, perdeu o domínio da fazenda Paraíso. De
posse da fazenda, Ivan Bichara Sobreira Filho entrou com uma Ação de
Reintegração de Posse no ano de 2014 e a justiça concedeu o pedido. As famílias
já foram notificadas para desocuparem a área no prazo de 10 dias. “É uma briga
de cachorro grande que atinge os pequenos trabalhadores e desta vez não vamos
deixar que o povo seja prejudicado”, frisou Frei Anastácio.
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