O ator e
guia de turismo Edglês Gonçalves e a poeta Renaly Oliveira estão à frente de um
empreendimento inédito em Itabaiana, Paraíba, ligado ao turismo artístico,
cultural e ecológico. Trata-se da “Trilha das almas”, que terá sua primeira
edição em 17 de setembro próximo, promoção da Gonchá Turismo, empresa recém
constituída para atuar no desenvolvimento do turismo no vale do Paraíba. O
programa prevê passeio na Jardineira Flor da Trilha, city tour nas cidades de
Itabaiana e Salgado de São Félix, ciranda na comunidade Alagamar, encontro com
apicultores e almoço com comidas regionais, visitação à ponte ferroviária de
Guarita, feira livre de Maria de Melo, exposição da cerâmica de Nevinha,
caminhadas nas veredas das Ligas Camponesas, visitação a igrejas e prédios
históricos e trilha de 17 quilômetros com guia turístico especializado e apoio
de segurança e socorrista.
Em
Itabaiana, os turistas farão caminhadas em trechos da Meia Légua, Carcará,
Fazenda Caldeirão e outras localidades. O valor do pacote é de R$ 220 reais,
inclusos dois cafés da manhã, dois almoços e um jantar, além de local de
camping. Os operadores do pacote turístico inédito negociarão diretamente com
hotéis, companhias aéreas e demais fornecedores do ramo.
O turismo
ecológico desloca pessoas para espaços naturais com ou sem equipamentos
receptivos, motivados pelo desejo ou necessidade de estar no meio da natureza.
O projeto de Renaly e Edglês busca uma observação participativa e interativa com
o meio natural e a cultura das comunidades, na prática de caminhadas em trilhas
que fazem parte da história social de comunidades como Alagamar, por exemplo,
onde tiveram origem as Ligas Camponesas na Paraíba na década de 60/70, a partir
de um grande conflito de terras.
A
atividade turística nos últimos anos tem sido de extrema importância no que diz
respeito ao desenvolvimento e crescimento da economia mundial. O Turismo detém
hoje grande parte do PIB de muitos países que têm melhorado suas condições
econômicas em decorrência do avanço que o setor tem proporcionado. No vale do
Paraíba, apenas Ingá apresenta um programa de turismo com apoio do Poder
Público, a partir das Itacoatiaras, um sítio de artes rupestres mundialmente
famoso.
Em
Itabaiana, apesar do Município ter em seu organograma uma Secretaria de
Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, quase nada se tem feito para implementar
projetos turísticos autossustentáveis. Neste ano de 2016, a Lei Orçamentária
Anual prevê investimento de R$ 2 milhões de reais para realizações de eventos
culturais e turísticos como manutenção de banda de música, projeto “Cultura
Circular”, “Lá vem o trem do forró”, bibliotecas, construção de portal de
acesso à cidade e memorial de Itabaiana, mas nenhum desses saiu do papel. O
programa anual de trabalho dessa Secretaria prevê até a realização de
capacitação para a cadeia de turismo, que jamais foi implementado. “Queremos
fazer sem esperar pelos órgãos oficiais do Município, porque essa parceria não
tem nenhuma chance de prosperar, até mesmo pela filosofia de trabalho dos
gestores, que não dão nenhuma importância para essa fonte de geração de renda
que poderá sustentar a economia da cidade, hoje vivendo uma forte crise”, disse
Renaly Oliveira.
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