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domingo, 2 de dezembro de 2012

ITABAIANA




Famílias vivem em condições sub-humanas no Açude das Pedras

No populoso e pobre bairro do Açude das Pedras, em Itabaiana, oito famílias vivem em situações precárias e sub-humanas no prédio onde seria instalado o Mercado Público. Eles esperam por mais de dez anos por ajuda do poder público.

No local, pessoas idosas, adultas e principalmente crianças são obrigados a morar ao lado de esgotos a céu aberto, com iluminação pública precária e sofrer com a lama e com a presença de insetos peçonhentos.

Sem muitas perspectivas de uma vida melhor, as famílias contam que apenas são lembradas em épocas de campanhas eleitorais e após este período, acabam sendo esquecidas pelos políticos.

Ironicamente, as famílias moram em frente ao prédio onde funciona o Posto de Saúde da Família. O estado geral do prédio é comprometedor, com muitas goteiras, mofo, paredes com rachaduras, sem água ou eletricidade. Por não terem para onde ir, as famílias se submetem a morar no local, vivendo da venda do que conseguem reciclar em um lixão próximo. Os adultos, adolescentes e crianças passam o dia recolhendo materiais do lixão, única fonte de sobrevivência.

Leandro Ferreira da Silva Andrade mora no prédio abandonado do Mercado Público, em um espaço de aproximadamente três metros quadrados, com sua esposa e seus dois filhos menores. Declarou que reside ali há oito anos. Sem muita perspectiva de melhora, ele reclamou das autoridades públicas do Município que “não olham para os pobres”.  Na sua “casa” não tem sequer um sanitário. As pessoas descartam seus detritos nos arredores, a céu aberto.

Carlinhos é outro morador do prédio. Ele tem sob seus cuidados três pessoas. A família sofre problemas psíquicos, mal estar devido às péssimas condições de vida. “Eu mesmo tomo remédio controlado”, declarou Carlinhos. A realidade deprimente favorece à depressão e alcoolismo, em muitos casos. Ele disse que vive de um benefício do Governo Federal, no valor de apenas setenta reais, que mal dá para as despesas de alimentação por um período de 15 dias. A desafortunada família é vizinha do jovem George da Silva de Sousa Ferreira, vinte anos, catador de lixo. “Não tenho vergonha do meu trabalho, espero um dia sair daqui e melhorar de vida”, disse ele. Se antes o telhado não cair sobre sua cabeça, acrescentou.

O ancião Manoel disse que alguns políticos locais já prometeram tirar as famílias do local, sem que as promessas fossem cumpridas. Roseane, outra moradora do prédio, queixa-se do péssimo atendimento no Posto de Saúde da Família no Açude das Pedras. Indignada, ela disse que sofre com a falta de medicamentos e atenção básica.

Para o poeta George Mendonça, esses cidadãos itabaianenses são vítimas da falsidade e corrupção do universo político, que contribui para o avanço da miséria e degradação social.

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