Estudantes são transportados sobre
sacos de cimento e galões de gasolina
Meninos e meninas são
transportados como mercadorias em cima de bancos improvisados de madeira,
dividindo o pouco espaço com telhas, sacos de cimento, tábuas de madeira,
pacotes de ração animal e até galões de gasolina. Esta é a realidade do
transporte escolar em Mogeiro, com estudantes do sítio Amarelo, zona rural do
Município, afrontando o Código de Trânsito Brasileiro e os direitos assegurados
no Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo reportagem do Correio da Paraíba
de ontem, 13 de junho.
O suplente de vereador,
João Caetano Dias, é o motorista da F-4000 que transporta os estudantes
diariamente. A caminhonete tem mais de vinte anos de uso. “Na serra, só dá pra
subir com uma 4x4, caminhão é proibido por lei, mas é o jeito”, disse ele. O
prefeito, Antonio José Ferreira, justifica que o pau de arara é necessário.
Segundo ele, o município gasta R$ 80 mil com transporte por mês e não recebe
ajuda para melhorar o serviço. “No inverno, o acesso é horrível, não sobe nem
carroça na serra. Temos 30% do território de relevo acidentado. Não sou
irresponsável para colocar um ônibus para levar esses meninos, porque é
inseguro. Para solucionar o problema só tenho um ônibus com tração nas quatro
rodas para 23 comunidades rurais. Nossas escolas são referência em educação no
Estado, o transporte é só um item que está faltando. Desde o começo, neste país
tem pau de arara e nunca vai acabar”, justifica ele.
O Ministério Público e o
Departamento Estadual de Trânsito (Detran) montaram um calendário de
fiscalização do transporte escolar em 11 cidades. A reportagem tentou falar com
a promotora de Justiça, Asna Carolina Coutinho, da promotoria de Educação do
Estado, e com o Detran de Itabaiana, mas as ligações não foram atendidas.
Correio da Paraíba
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