As prefeituras de 1.809 municípios do país têm até o fim do ano para
assumir a manutenção da infraestrutura de iluminação pública de suas cidades,
que atualmente está sob responsabilidade das distribuidoras de energia. A
medida da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem como objetivo
atender a uma previsão constitucional, que determina que a iluminação pública é
de responsabilidade municipal.
Segundo a Aneel, 3.755 cidades já assumiram os ativos de iluminação
pública. Alguns estados, no entanto, como São Paulo, Pernambuco, Ceará, Amapá,
Paraná e Roraima enfrentam dificuldades na transferência. Em Minas Gerais, por
exemplo, dos 853 municípios apenas 19 assumiram. O prazo para a transferência
já foi prorrogado duas vezes pela Aneel.
O superintendente de Regulação de Serviços Comerciais da agência, Marcos
Bragatto, diz que o dia 31 de dezembro é o prazo final, e não há disposição da
Aneel em prorrogar novamente. "Isso tem sido alertado aos municípios em
todos os encontros, fóruns, em todas as oportunidades temos sempre insistido
nessa questão: que o prazo é improrrogável", garante. Ele explica que, a
partir de 1º janeiro de 2015, as distribuidoras não têm mais a prerrogativa de
operar e manter o sistema de iluminação pública.
Para custear a manutenção dos ativos, que inclui luminárias, lâmpadas,
relés e reatores, as prefeituras poderão instituir a Contribuição de Iluminação
Pública (CIP) que, por sua vez, pode ser arrecadada por meio da fatura de
energia elétrica. Para os municípios que não criaram ou que não vão criar a CIP
por decisão local, há a opção de arrecadar os recursos pelo Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU). Os postes de luz continuarão sendo administrados
pelas distribuidoras de energia.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo
Ziulkoski, o impacto da medida vai depender do tamanho e da realidade de cada
município. "Sempre procuramos mostrar para a Aneel a dificuldade de esses
municípios assumirem [a iluminação]. Isso vai acarretar um ônus a mais para as
prefeituras e necessariamente vai ter que ser repassado para a CIP e, em última
instância, acredito que o próprio cidadão terá que pagar", avalia.
Para ele, a situação pior está em São Paulo e em Minas Gerais, onde há
um maior número de municípios que ainda não assumiram os ativos. Ziulkoski
estima que muitas cidades não vão conseguir cumprir o prazo, e que a entidade
busca um novo adiamento. "Mas de uma forma ou de outra elas vão ter que
assumir, está na resolução", disse.
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