Ela se chama Ana Flávia da
Silva e é filha de dona Nair, a idealizadora do Boi de Nair, agremiação popular
que saía em todos os carnavais e durante a época natalina em Pilar, Paraíba.
Com o falecimento de dona Nair, a filha procura dar continuidade ao folguedo
juntamente com brincantes tradicionais como João Batista, o batedor do boi,
Duro do Ganzá, Luan que é brincante dançarino, Gelson, o topador do boi e Lúcia
Dias, pessoa da comunidade que dá apoio à brincadeira. “Era um desejo de minha
mãe que o boi não morresse junto com ela, de levar a tradição, de sempre botar
o boi na rua e cabe a mim manter isso vivo”, disse Ana Flávia ao repórter
Evanio Teixeira, do jornal “Tribuna do Vale”.
O Boi de Nair apresentou-se
pela última vez no dia 13 de dezembro de 2013 no 1º Cortejo de Boi Bumbá de
Itabaiana, promovido pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar como atividade do
projeto “Cavalo Marinho do mestre Ciço”, da folclorista Jandira Lucena, com
patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos – FIC, da
Secretaria Estadual de Cultura. O Boi de Nair conseguiu o terceiro lugar no concurso,
tendo sido elogiado pelo seu forte componente rítmico e observância à tradição
do folguedo.
As manifestações que têm o boi
como figura central remontam à antiguidade, às festas de glorificação e
exaltação do animal, com origens marcadas por uma forte presença religiosa. No
Brasil, sua presença está fortemente ligada à força motriz utilizada na
pecuária e nos engenhos de açúcar do Nordeste. Assim, surgem as representações
simbólicas do boi aglutinando as influências ibérica, africana e indígena. Do norte
ao sul do país, essa manifestação está presente, com diversos nomes. Na Paraíba
e no Maranhão, é conhecida por Boi Bumbá. Apesar de serem figuras do ciclo
natalino, os bois se transformam no Carnaval e dão um colorido especial à folia
carnavalesca.
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