O vereador
Vinicius Bacalhau, de Ingá, está propondo a mudança do nome da Rua Ludovico de
Melo Azedo, por considerar que se trata de homenagem a uma pessoa marcada pelo
assassinato de escravos “da forma mais cruel”. De fato, a história registra que
Ludovido era um produtor de algodão de Ingá, proprietário da fazenda que depois
ficou conhecida como “Mata negro”, tocada por escravos. Conforme registro de
depoimentos de pessoas da época, o fazendeiro mandava queimar os negros velhos
e doentes que não mais serviam para o trabalho. A violência desses atos ainda
permanece viva na imaginário do povo do Ingá, conforme o historiador Alexandre
Ferreira, autor do livro “Ingá, retalhos de história, resquícios de memória.”
Para o
vereador Bacalhau, “esse desatinado e crudelíssimo senhor é lembrado em nome de
rua, o que considero uma afronta porque ele cometeu crimes contra a
humanidade”.
O professor Jandui
também acha que o nome de Ludovico está “associado a uma página obscura e
triste da história do município”. Ele propõe homenagear o Padre João Rodrigues
de Melo, o Frei Canela, “que no seu martírio vinha preso de Fortaleza para
Recife e passou em Ingá, caminhando por essa rua”. Roberto Justino disse que “é
típico do Brasil, lembrar com honra pessoas geotescas e cruéis e esquecer de
homens bondosos e ilustres.”
No portal de Vavá da
Luz, o leitor Azevedo não concorda com o projeto do vereador Bacalhau, por
entender que “tem muitos projetos sociais que o legislativo pode propor, e não
mudar nome de rua. Vamos nos preocupar com a seca, com a fome do povo, com a
realidade local”, diz ele.
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