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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Falta de recursos leva hospital de Itabaiana a dar férias coletivas aos funcionários


Médicos, enfermeiros e pessoal de apoio entraram em férias coletivas nesta terça-feira (6), no Hospital São Vicente de Paula em Itabaiana e o motivo é a falta de recursos para pagar a folha de pessoal, segundo informou à imprensa o médico Lúcio Costa, diretor do nosocômio. O assunto repercutiu na sociedade itabaianense, durante entrevista de Lúcio a uma emissora local.

O diretor admitiu que cerca de 40 profissionais encontram-se sem receber seus salários por falta de verbas. “Há cinco meses estamos nessa situação e agora não dá mais, tivemos que fechar as portas, pois faltam inclusive insumos básicos para o funcionamento adequado do hospital”, afirmou. Ele sinalizou para uma provável solução para a crise, se for firmado convênio com a Secretaria de Saúde do Estado, que repassaria mensalmente cerca de R$ 70 mil reais para o São Vicente de Paula, que é filantrópico. “Estamos ainda aguardando decisão judicial para voltar a receber 30 mil reais da Prefeitura de Itabaiana, quando teríamos então R$ 100 mil reais que seria bastante para gerir o Hospital, atendendo somente no período diurno, pois, no regime de 24 horas ininterruptas, teríamos que contar com R$ 250 mil reais”, explicou.

A crise financeira não é exclusividade do Hospital e Maternidade São Vicente de Paula, de Itabaiana. Pelo menos 83% dos 2.100 hospitais filantrópicos brasileiros operam no vermelho, segundo estimativas da CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas).

A dívida total das instituições já supera os R$ 17 bilhões, de acordo com José Luiz Spigolon, diretor-geral da CMB. Ele afirma que, mesmo com o aumento dos incentivos governamentais nos últimos anos, as unidades de saúde ainda não recebem o valor que gastam ao realizar procedimentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
— Em média, a tabela SUS só cobre 60% do gasto real do procedimento. É verdade que temos incentivos governamentais. O problema é que os incentivos não estão disponíveis para todos os tipos de hospitais e, além disso, quando o hospital faz mais procedimentos do que o previsto em contrato, ele dificilmente recebe por eles.
De acordo com Spigolon, isso acontece porque os hospitais filantrópicos ganham por produção, mas têm um número limite de procedimentos pelos quais são remunerados. Se realizam mais procedimentos do que o previsto, podem ficar sem pagamento porque os valores ultrapassam o teto de verbas do gestor público.


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