Há três anos, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, assumia o cargo anunciando a demissão de 50% dos servidores temporários, que totalizavam 15.901 nomes, depois da assinatura de um termo de ajustamento de conduta com a Procuradoria Geral de Justiça. O governador afirmava ter adotado várias medidas na área de pessoal com o objetivo de equilibrar as finanças do Estado. Após algum tempo, novos servidores foram contratados, aparentemente para acomodar os interesses de aliados do Governo. Neste ano eleitoral, Ricardo volta a exonerar contratados, principalmente no interior. Em Salgado de São Félix, os servidores exonerados publicam sua revolta nas redes sociais, afirmando que as demissões foram feitas para acomodar os partidários do prefeito Adáurio Almeida, cujo apoio ao Governador foi anunciado há pouco tempo.
Laís Correia, uma das servidoras exoneradas, ameaça com retaliação nas urnas: “O Governador irá se surpreender e ter sua resposta na próxima eleição, pois ele escolheu seu lado. Isso foi a recompensa que ganhamos depois de tanta humilhação carregando a bandeira do partido de Ricardo Coutinho, mas Cássio vem aí”, disse ela.
O estudante Lucas Martins tomou as dores dos prestadores de serviço demitidos, lamentando que “professores e pessoas honestas de Salgado de São Félix sejam descartados”. Dizendo-se partidário de Ricardo Coutinho, Lucas convoca mobilização para protestar contra o que considera desrespeito. A ex-vereadora Hosana Correia cobrou solidariedade que, segundo ela, não ocorreu por parte dos correligionários quando seu filho foi demitido no ano passado. “Meu filho Jarbas perdeu o emprego e ninguém se manifestou contra o Governador, nem sequer foram na minha casa para conversar comigo, será que eu também não votei nele, não vesti a camisa?”, cobrou ela.
Marlene Andrade cobrou dos vereadores da cidade uma atitude diante das demissões. “Quando alguns professores da Escola Ana Ribeiro foram demitidos para dar lugar aos concursados, os vereadores fizeram a maior grita, e agora ficam em silêncio quando pessoal de apoio e professores são demitidos por não se submeter aos caprichos do prefeito Adáurio”, disse ela. Auxiliadora Lacerda, também demitida do cargo de Superintendente da 12ª Regional de Ensino, solidarizou-se com os prestadores de serviço afastados em Salgado. “Manifesto minha indignação e repúdio com o que fizeram com os companheiros do PSB, demitidos de forma grosseira e desrespeitosa”, postou ela nas redes sociais. “Essas pessoas que hoje se dizem ‘aliados’ do Governador são as mesmas que, em 2011, em plena campanha eleitoral, chamavam Ricardo de macumbeiro e maconheiro e faziam o papel de ‘garotos propaganda’ do PMDB no Guia Eleitoral”, disse ela, denunciando “o clima de terror e barbárie que se vive em Salgado de São Félix”.
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