Poetisa de Itabaiana é a primeira mulher aceita na Academia Paraibana de Literatura de Cordel
A Academia Paraibana de Literatura de Cordel recebe a adesão da primeira mulher, a poeta Luciene Soares. Ela é filha do poeta Severino Dias, já falecido, e esposa de outro vate, o também itabaianense Sander Lee, hoje radicados em João Pessoa.
A literatura de cordel tradicional não registra muitas autoras, talvez pela influência cultural machista do povo nordestino, preconceito que vem sendo rompido com a presença de valorosas poetisas no universo do verso popular. As mulheres sempre foram retratadas na literatura de cordel, na primeira metade do século XX, no papel de anti-heroínas, de mulheres malcriadas e falsas, como também de mulheres puras de boa conduta, identificadas como Eva ou Virgem Maria, respectivamente. “Nesse sentido, fica evidenciada a presença de uma cultura misógina que permeia as representações femininas em distintas linguagens nos diversos segmentos sociais”, escreveu a professora e pesquisadora Maria Ângela de Faria Grillo. Na modernidade, a mulher passou a assumir o papel de autora de poesia cordelesca, publicando suas obras principalmente na internet.
A Academia vem recebendo adesões de vários poetas paraibanos, entre eles o cordelista Antônio de Pádua Gomes, da cidade de Itatuba. Provisoriamente abrigada no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana, os organizadores pretendem instalar oficialmente a entidade no próximo ano, com o objetivo de discutir, divulgar e preservar esta que é uma das principais e mais antigas manifestações populares do Brasil.
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