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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Maioria das prefeituras paraibanas não tem como pagar salários

A diminuição nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a seca no Estado estão agravando a situação financeira de 80% dos municípios paraibanos. A revelação é do presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes. Segundo ele, as dificuldades se agravaram ainda mais no início deste ano com um novo aumento do salário mínimo e do piso do magistério.

“Os municípios estão em bastante dificuldade por falta de recursos. Um dos agravantes é a seca que é uma das piores dos últimos 40 anos e o outro é o baixo repasse do FPM. Posso dizer que 80% dos municípios paraibanos estão em extrema dificuldade financeira sem poder cumprir com muitos dos seus compromissos”, revelou o presidente da Famup.

Tota Guedes disse ainda que as prefeituras paraibanas estão longe do equilíbrio financeiro. “A situação é muito preocupante. Para se ter uma ideia existia em dezembro uma previsão de receita de FPM em mais 38% e não aconteceu. O que foi confirmado foi de apenas mais 16%. É muito preocupante porque se percebe que o País não está crescendo e a receita não aumenta”.

De acordo com Tota Guedes, ser prefeito hoje é um grande desafio que gera um enorme sacrifício. “Vamos ter uma época aí que o cidadão para se candidatar a prefeito vai pensar duas vezes porque não está fácil. Deveria ter mais sensibilidade do Governo Federal para com os municípios e infelizmente isso não acontece. O Governo deveria colocar em pauta o pacto federativo e realizar uma nova redistribuição de renda porque essa, não se comporta mais. Hoje os municípios têm mais obrigações no País com educação e com saúde e as receitas não acompanham as demandas”.

Nos anos 90, conforme o presidente da Famup, os municípios participavam de 22,5% do bolo tributário nacional, hoje participa de apenas 14,5%. Segundo Tota, antes era apenas 12,5%, mas com o aumento do 1% do FPM o número aumentou. “Tem que acontecer uma revisão porque existe uma concentração de renda muito forte do Governo Federal que detém 65% da receita e os municípios com apenas PMF e ICMS. O restante dos outros impostos vão todos para o Governo”.

Com as dificuldades, o presidente da Famup recomenda aos prefeitos o corte de gastos, mas preservando os investimentos em saúde e a educação, que são essenciais a população. “Este ano as receitas não são muito animadoras. As prefeituras estão recebendo praticamente a mesma coisa que receberam o ano passado e as obrigações aumentando. O Governo Federal deve compreender que existe uma crise nos municípios decorrente do próprio Governo que impõe serviços para as prefeituras e não dá a contrapartida necessária que os municípios têm que ter para dar continuidade a esses programas sociais”, finalizou.


 Fonte : Correio da Paraíba

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