"É fechar a torneira, mesmo. Tem que
saber lidar com a escassez", diz Marcio Lacerda (PSB), presidente da
Frente Nacional de Prefeitos e prefeito de Belo Horizonte que será sucedido por
Alexandre Kalil (PHS) no domingo (1º).
"Quem
assume tem a oportunidade política de cortar mais. E isso é necessário",
afirma Lacerda. "Quem está entrando já sabe que a economia não vai
crescer. No máximo, vai parar de cair."
Mesmo com os cortes, alguns prefeitos vão
assumir com dívidas crescentes e até salários atrasados.
"Muitos
municípios se veem forçados a contrair empréstimos para conseguir fazer algo,
porque quase metade do orçamento vai para saúde e educação", afirma o
economista François Bremaeker, do Observatório de Informações Municipais.
Com
cortes cada vez maiores, especialistas apontam o risco de que as prefeituras
encolham, e a qualidade do serviço público fique prejudicada.
"A
crise é cruel, porque ela tira a receita de um lado e, do outro, aumenta a
demanda", afirma o secretário da Fazenda de Recife, Ricardo Dantas.
Com
o desemprego crescente, as famílias recorreram ao SUS e à escola pública. No
último ano, 1,5 milhão de pessoas deixaram de ter plano de saúde no país. A
demanda pelo SUS em algumas cidades subiu 40%.
Do
outro lado, com queda de receitas, os serviços ficaram comprometidos.
Um estudo da Frente Nacional de Prefeitos,
porém, mostra que as prefeituras procuraram poupar a saúde e a educação dos
cortes: em geral, as áreas mantiveram a mesma proporção do orçamento ou até
mais.
O
sacrifício maior foi dirigido a outras áreas, como cultura, habitação e lazer.
Folha
de São Paulo
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