A artesã Antonia
Ribeiro de Mendonça, natural de Ingá, que trabalha com a renda labirinto há 40
anos e, aos 85 anos de idade, mantém o mesmo entusiasmo com o ofício que
aprendeu aos 12 anos com sua madrinha, é destaque no 25º Salão de Artesanato da
Paraíba, que começou nesta quarta-feira
(18) no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. O evento vai
até o dia 29 de janeiro, com o tema “Raiz cultural de um povo”.
Antonia
Ribeiro é da comunidade Chã dos Pereiras às margens da BR 230, que por sua vez
é um dos maiores expoentes da produção paraibana da renda labirinto, e ocupa
papel secundário na economia local. Uma técnica artesanal bastante refinada, o
labirinto é originário da Espanha, chegou ao Brasil tempos depois.
Segundo as mulheres artesãs, o labirinto foi introduzido pelas esposas de
estrangeiros que por ali passaram. Desde então foi passando de geração para
geração, e hoje a Chã dos Pereiras é o berço do labirinto da Paraíba.
Todas as
peças têm natureza utilitária, e as tradicionalmente produzidas são os ternos
(conjunto de colcha de casal e toalha), fronhas, panos d’água (usados para
cobrir filtros), conjuntos de fogão, toalhas de mesa e de mão, passadeiras e
lençóis de vira; o produto vem se tornando um nicho de mercado no segmento da
moda. A arte do labirinto tem mudado a vida destas mulheres que contribuem com
o sustento das suas famílias.
Antonia
Ribeiro foi homenageada pela Assembleia Legislativa por ser a artesã mais velha
do Programa de Artesanato da Paraíba e pela atuação na elaboração de suas
rendas e na área social. “Pretendo fazer um grupo com 30 adolescentes que
querem aprender as técnicas do labirinto para que essa arte não venha a se
acabar”, disse Antonia Ribeiro.
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