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quinta-feira, 2 de março de 2017

ITABAIANA

Tradição dos bois de carnaval agoniza, mas não morre graças ao “Mister Bomba”
Itabaiana, zona do agreste da Paraíba, orgulhava-se de ter o maior e melhor carnaval de rua da região, com expressões folclóricas tradicionais como as tribos indígenas, bois, troças e outras agremiações típicas. Esse carnaval tradição está prestes a desaparecer, restando poucos grupos que ainda desfilam. Um deles é o boi “Mister Bomba” do mestre Edilton, filho de Edma Galdino (foto), autônoma, que acompanha a brincadeira desde menina. O boi desfilou este ano com trinta crianças e vinte adultos, em cujo figurino foram investidos em torno de R$ 1.400 reais. “Saiu quase tudo do meu bolso, tivemos ajuda de alguns amigos”, declarou Edma. “Enquanto estiver viva, lutarei para manter o Boi Mister Bomba”, garante ela.
O grupo folclórico agrega parentes e amigos, a maioria crianças e adolescentes. A construção de um boi de carnaval pode levar até um ano. Logo após o fim do carnaval, os integrantes do grupo folclórico já começam a discutir ideias para a próxima jornada e iniciam os preparativos para a montagem do boi. A casa singela de Edma Galdino transforma-se em oficina e salão de ensaio. Com a crise, os demais bois não saíram neste carnaval. “Chegaram a ensaiar, mas por falta de apoio não desfilaram”, lamenta Edma. A cidade já contou com mais de 20 grupos de boi de carnaval, sendo o mais famoso deles o Boi de Especiá, um mestre já falecido.


Apesar dos 'aperreios’, o carinho pelo Boi Mister Bomba faz valer a pena o esforço de fazer o carnaval: "Para mim, o boi representa amor, alegria, prazer - é aquilo que me dá felicidade, me faz sentir artista e é a forma que consigo chegar nas pessoas levando alegria e, ao mesmo tempo, conhecimento da tradição deste folguedo tão rico e nosso", diz Edma, que vai receber o diploma Leonilla Almeida no dia 25 de março, na Câmara de Itabaiana, pelo seu trabalho em defesa da cultura popular.


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