Amontoados em paus de arara, estudantes da zona rural de
Mogeiro, no agreste paraibano, percorrem diariamente estradas acidentadas e
íngremes, risco que, segundo eles, precisa ser superado para ter acesso às
escolas. Em bancos improvisados e cobertos apenas por lona aquecida pelo sol,
os jovens dizem que não sonham muito com futuro, mas pretendem terminar pelo
menos o ensino básico.
Filho de agricultores, como a
maioria de seus colegas, Sizenaldo Gomes percorre todos os dias mais de 50
quilômetros em estrada de barro na carroceria de uma F-4000 até chegar ao sítio
Areial, na zona rural de Mogeiro. “De manhã é muito frio em cima do carro, mas
eu até prefiro esses carros que eles chama de pau-de-arara do que os ônibus.
Esse é o transporte que a gente conhece, nunca tivemos outro”, declarou o aluno
do 1º grau da Escola Estadual Otávia Silveira.
A Federação das Associações de Municípios da Paraíba
(Famupe) disse desconhecer essa realidade no Estado. “Não tenho conhecimento de
que ainda existe pau-de-arara transportando estudantes na Paraíba. A respeito
disso, só quem pode responder sãos os prefeitos”, afirmou Tota Guedes,
presidente da Famup.
A reportagem foi publicada neste domingo (8) no Correio da Paraíba, assinada por Fernanda Figueiredo.
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