A
Academia de Cordel do Vale do Paraíba vai encaminhar projeto de lei através da
Câmara de Vereadores de Itabaiana tornando o “boi de carnaval” patrimônio
cultural imaterial da cidade, “para proteção e reconhecimento de uma das mais
legítimas expressões culturais itabaianenses”.
Itabaiana
rivaliza com Timbaúba, cidade vizinha no Estado de Pernambuco, o título de “capital
do boi de carnaval”. Lá também os bois conseguiram sobreviver como expressão
cultural, porque fazem parte da cultura local há muitos anos. Os carnavais modernos
com seus trios elétricos e outras inovações não conseguem apagar o brilho do
boi. “É necessário um esforço para preservar esta tradição, dando o merecido
destaque e apoio, não somente no período carnavalesco, mas durante o ano todo,
como parte de um pacote de eventos turísticos ou mesmo em outras atividades
culturais da cidade”, disse Fábio Mozart, ex-coordenador do Ponto de Cultura
Cantiga de Ninar e membro da Academia de Cordel. “Uma manifestação que
representa nossa cultura e identidade, profundamente arraigada em nossa sociedade,
tem que ser preservada, e é também papel da Academia de Cordel do Vale do
Paraíba lutar em defesa da cultura popular”, disse o poeta Sander Lee,
Presidente da entidade.
O Boi
congrega diversos bens culturais associados, entre eles o plano expressivo, composto
pelas performances dos brincantes, música, instrumental e coreografia, e o
plano material, composto pelos artesanatos, figurinos e confecção dos
instrumentos.
Para
Fábio Mozart, o reconhecimento oficial do Boi como patrimônio cultural
imaterial de Itabaiana objetiva preservar o folguedo, incentivar a documentação,
conhecimento e divulgação até como atrativo turístico, além de fortalecimento e
apoio à sustentabilidade dos grupos.
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