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sábado, 27 de maio de 2017

A safra de milho deve aumentar em 7%, este ano (Foto: Secom-PB)

Safra de grãos da Paraíba deve crescer 419%



Este ano, a produção de grãos na Paraíba deve chegar a 127.518 toneladas, um aumento de 419% em relação ao ano passado (24.579 t). É o que prevê a primeira estimativa da safra para este ano, divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
São 194.693 hectares de área plantada, 12% mais que em 2016 e 13% maior que a estimada para o ano em pesquisa anterior. Se a perspectiva se concretizar, este será o melhor ano desde 2012, quando começou o atual ciclo de seca.
José Rinaldo de Souza, supervisor da pesquisa feita pelo Grupo de Coordenação das Estatísticas Agropecuárias da Paraíba (GCA-PB), destacou que a estimativa é parcial. “Ainda tem muita planta em fase de crescimento. E ainda se espera chuva em algumas regiões”, afirmou.
A pesquisa destaca que as maiores elevações nas áreas cultivadas foram registradas no Sertão, onde as precipitações favoreceram, principalmente, as lavouras semeadas em fevereiro. Os pesquisadores também observaram que no Litoral e Agreste as chuvas foram em menor intensidade, o que é normal, considerando que o período chuvoso nessas regiões começam em abril e seguem até agosto.
Produção ainda pequena
Mesmo com essa expectativa de aumento espantoso, a Paraíba ainda tem uma das menores produções entre os estados do Nordeste. Segundo José Rinaldo, só ganha às vezes das produções do Rio Grande do Norte e de Alagoas. Ele disse que o Estado tem capacidade de produzir em torno de 500 mil toneladas de grãos, por ano, mas é preciso investimento e chuva.
“Esta seca começou em 2012 e foram muitas perdas, nos últimos anos, que descapitalizaram os agricultores. Muitos procuraram alternativas, como criação de galinha e de caprinos. Considerando tudo isso, a expectativa para este ano é muito boa”, disse Souza.
O supervisor da pesquisa explicou que a safra considera a produção de grãos, como milho, arroz, feijão, amendoim e fava. Mas a pesquisa traz dados de 40 produtos, que estão sendo cultivados em uma área total de 433.853 hectares, dos quais 217.918 ocupados com lavouras temporárias e 215.935 de culturas permanentes.
Algodão cresceu
A produção do algodão é a que mais deve crescer: 60%, em relação a janeiro deste ano, quando foi feito o último levantamento, com um cenário já mais positivo. Segundo o diretor-técnico da Emater-PB, Vlaminck Paiva Saraiva, de uma forma geral as chuvas deste ano favoreceram a produção de lavouras.
“Em relação ao algodão, o aumento foi puxado pelo projeto ‘Algodão Paraíba’, que está no segundo ano e que vem resgatando a cultura do algodão, responsável pelo desenvolvimento do nosso Estado”, explicou Paiva. Para a safra deste ano, a perspectiva é que a produção alcance 327 toneladas e a superfície cultivada totalize 307 hectares.
Já a produção de arroz de sequeiro deve cair em mais de 60%, comparado com janeiro, quando se esperava colher 4.418 toneladas. “O arroz é plantado em áreas alagadas e, como não houve chuva suficiente para encher os mananciais, principalmente, no Vale do Piancó, deve haver essa diminuição na safra”, disse.
Mesmo assim, para a safra de 2017 estima-se que a produção de arroz deverá situar-se em torno de 1.742 toneladas, um aumento de 1.017,00% em relação à quantidade colhida no ano passado, que totalizou 156 toneladas.
Situação climática
Os pesquisadores também colheram informações e dados sobre as condições climáticas das reservas hídricas e da situação das pastagens. Concluiu-se que as chuvas acumuladas até o final de abril ultrapassaram os 300 milímetros, na maioria dos municípios do Sertão, enquanto na região do Cariri e do Seridó observa-se que elas ocorreram de forma bem localizadas.
Em razão disso, os agricultores anteciparam o plantio nas regiões polarizadas pelos municípios de Piancó, Itaporanga, Patos, Pombal, Souza, Cajazeiras Princesa Isabel e Catolé do Rocha. Já nas regiões do Cariri e do Seridó, os plantios foram adiados.
No Agreste e Litoral, os pesquisadores observaram que a partir de abril, quando a pesquisa estava sendo feita, é que teria início a fundação das culturas de feijão, milho, amendoim e fava.

Jornal da Paraíba


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