sábado, 29 de novembro de 2014


Itabaiana estuda revitalização do pátio da antiga rede ferroviária

Estação de Itabaiana (Foto: Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários da Paraíba)

Este prédio abrigava a estação ferroviária de Triângulo, em Itabaiana, o maior entroncamento ferroviário do Nordeste até ser privatizado no governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 1999, a Rede Ferroviária do Nordeste é encampada por uma empresa ligada à Vale do Rio Doce, que paulatinamente fechou quase todos os ramais.

“Nossa memória ferroviária foi irremediavelmente ferida, sem contar com a degradação econômica e cultural. Todos os trens de passageiro no Brasil foram extintos, ficando apenas o Trem de Prata que ligava o Rio a São Paulo, esse também acabou em 1998. O processo de desestatização das ferrovias foi mais um grande engodo no Governo FHC”, disse Fábio Mozart, ferroviário aposentado, radiotelegrafista da Estação Triângulo na década de 1970.  

Segundo sindicalistas ferroviários, a privatização foi desastrosa. As operadoras não cumpriram as metas de produção, não pagam o arrendamento dos bens da rede ferroviária, dispensaram centenas de empregados, cerca de 65% dos antigos funcionários, fecharam ramais e abandonaram o patrimônio histórico.

Em Itabaiana, o pátio da ferrovia está completamente abandonado. A Prefeitura local está tentando assumir as edificações, constantes de um amplo galpão onde funcionou a oficina de vagões, prédios da estação e via permanente, além de casas operacionais onde residiam os agentes chefes.

O Secretário de Turismo de Ingá, Walter da Luz, disse que a estação ferroviária da cidade também está abandonada. Em muitas cidades, a estações foram demolidas, como em Sapé. Outras conseguiram preservar a memória ferroviária paraibana, com tombamento das estações que atualmente servem como espaços culturais, a exemplo de Mari onde a antiga estação é atualmente sede de uma rádio comunitária e ponto de cultura.

Fontes da Prefeitura de Itabaiana informam que existe um estudo técnico para instalar um centro cultural e outros equipamentos públicos no pátio da antiga estação ferroviária, a definir com setores ligados ao patrimônio público federal.

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