sábado, 26 de janeiro de 2013

Tradicional bloco de rua de Itabaiana ameaça não sair este ano



Bloco das Virgens vem reunindo muitos adeptos


O bloco de rua “Nó Cego”, de Itabaiana, provavelmente não desfilará neste carnaval em Itabaiana, segundo alguns dos seus organizadores. Há rumores de que o bloco não conseguiu reunir um número mínimo de participantes. 

Durante mais de 30 anos, o “Nó Cego” foi presença garantida no carnaval itabaianense, fundado pelo Dr. Dedé, Machinho, Ronaldo Brão, Marcos William, o Vilinho, Luiz Paraíba e outros foliões na década de 80. Considerado um dos melhores blocos de frevo do carnaval paraibano, o bloco finalmente se rende à falta de dinheiro e apoio. “Não somos profissionais do carnaval e nem fazemos isso para ganhar dinheiro. Tem uma hora que não dá mais”, disse Luiz Paraíba, um dos fundadores.
Segundo alguns carnavalescos, o bloco sucumbiu diante da proliferação de blocos de arrasto no estilo baiano, com trio elétrico, abadá e cordão de isolamento. Surgiram muitos blocos estruturados como empresas, cujo objetivo é o lucro, atualmente tão comum até nas pequenas cidades, “uma coisa comercialesca, para garantir renda a alguns empresários aculturados”, disse um folião tradicional.
Na linha do “Nó Cego”, surgiram outras agremiações como o Bloco dos Bakanas na Folia, Bloco das Virgens, Bloco dos Quebrados e Bloco do Pirão, Bloco da Saudade, Amigos da 13 de Maio, Kengas do Pato e As Virgens.

Criticando os novos esquemas de blocos de carnaval, o jornalista Luciano Soares acredita que a maioria dos blocos vive às custas do poder público. “Muitas coisas, hoje, me revoltam no carnaval. Uma delas é ouvir a boa música ser calada à força por "hits" do momento, de péssimo gosto e qualidade”, disse. Aquele bloco tradicional que vivia da ajuda dos amigos e da alegria espontânea dos participantes, preservando a música de qualidade e o frevo autêntico, esse já não existe mais, acredita ele.

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