A Promotoria de
Justiça e a Vara de Justiça de Itabaiana realizaram, na manhã desta
segunda-feira (19), uma reunião conjunta com órgãos da segurança pública dos
Estados da Paraíba e de Pernambuco para debater ações integradas de combate ao
tráfico de drogas e à criminalidade, nos Municípios de Juripiranga/PB e
Itambé/PE.
A reunião, que
aconteceu na Câmara de Vereadores de Juripiranga, foi uma iniciativa das
promotoras de Justiça Miriam Pereira Vasconcelos e Ana Carolina Coutinho
Ramalho Cavalcanti, devido à existência de organizações criminosas que atuam na
fronteira entre os dois estados, principalmente nos municípios de Juripiranga e
no Distrito de Ibiranga, que pertence ao município pernambucano de Itambé.
Participaram os
juízes Luciana Rodrigues de Lima e Michel Rodrigues de Amorim e representantes
das Polícias Federal, Civil e Militar dos dois estados da federação, além de
autoridades locais, bem como representantes do Ministério Público e do Poder
Judiciário das Comarcas de Itabaiana (que abrange o município de Juripiranga) e
de Itambé/PE.
Conforme explicou a
promotora Ana Carolina Cavalcanti, as cidades de Juripiranga/PB e o distrito de
Ibiranga são aglutinados, possuindo apenas uma linha geográfica fictícia que os
separa, de modo que os crimes praticados na localidade são de interesse da
segurança pública de ambos os Estados, Paraíba e Pernambuco.
Já a promotora
Miriam Vasconcelos relatou que, diuturnamente, seja através de audiências
judiciais, inquéritos policiais, ou mesmo dos noticiários, verificou-se que
nessa região fronteiriça, há intensa e reiterada prática de tráfico de drogas
ilícitas, além da disputa de duas facções autodenominadas 'Estados Unidos'
(ligada ao Primeiro Comando da Capital, o PCC) e 'Okaida'.
De acordo com ela,
informes policiais, da população e dos próprios criminosos, a Paraíba está sob
o domínio dos EUA/PCC; enquanto que Pernambuco é território da Okaida, o que
faz com que os moradores destas localidades sejam privados de cruzar a
fronteira entre os Estados, devido às ameaças de, enquanto integrantes da
facção rival, terem suas vidas ceifadas.
Apesar de as
organizações criminosas terem como principal atividade o tráfico de drogas,
essa prática envolve também o cometimento de outros ilícitos conexos, como
porte de arma de fogo, furtos, roubos e homicídios, aumentando os índices de
violência e insegurança na localidade.
O encontro resultou
na criação de um conjunto de medidas a serem desenvolvidas pelos órgãos de
segurança pública da Paraíba e de Pernambuco, bem como pelo Ministério Público
e Poder Judiciário de ambos os estados, a fim de fazer cessar a atividade
dessas facções, reestabelecer a ordem pública e garantir a segurança da
população.