terça-feira, 14 de novembro de 2017

Academia de Cordel quer “boi de carnaval” como patrimônio imaterial de Itabaiana

A Academia de Cordel do Vale do Paraíba vai encaminhar projeto de lei através da Câmara de Vereadores de Itabaiana tornando o “boi de carnaval” patrimônio cultural imaterial da cidade, “para proteção e reconhecimento de uma das mais legítimas expressões culturais itabaianenses”. 
Itabaiana rivaliza com Timbaúba, cidade vizinha no Estado de Pernambuco, o título de “capital do boi de carnaval”. Lá também os bois conseguiram sobreviver como expressão cultural, porque fazem parte da cultura local há muitos anos. Os carnavais modernos com seus trios elétricos e outras inovações não conseguem apagar o brilho do boi. “É necessário um esforço para preservar esta tradição, dando o merecido destaque e apoio, não somente no período carnavalesco, mas durante o ano todo, como parte de um pacote de eventos turísticos ou mesmo em outras atividades culturais da cidade”, disse Fábio Mozart, ex-coordenador do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar e membro da Academia de Cordel. “Uma manifestação que representa nossa cultura e identidade, profundamente arraigada em nossa sociedade, tem que ser preservada, e é também papel da Academia de Cordel do Vale do Paraíba lutar em defesa da cultura popular”, disse o poeta Sander Lee, Presidente da entidade.
O Boi congrega diversos bens culturais associados, entre eles o plano expressivo, composto pelas performances dos brincantes, música, instrumental e coreografia, e o plano material, composto pelos artesanatos, figurinos e confecção dos instrumentos.
Para Fábio Mozart, o reconhecimento oficial do Boi como patrimônio cultural imaterial de Itabaiana objetiva preservar o folguedo, incentivar a documentação, conhecimento e divulgação até como atrativo turístico, além de fortalecimento e apoio à sustentabilidade dos grupos.


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