Antonio Marcos com seus alunos em projeto literário com base na literatura de cordel |
O
professor Antonio Marcos Gomes Monteiro, de Itabaiana, realiza projetos
literários baseados na literatura der cordel no Instituto Escolar Elshadday e
outras escolas desde 2009, abordando temas como o cordel virtual, cordel
paradidático, leitura e xilogravura, rima e métrica, entre outros
questionamentos ligados à matéria. Trabalhando com a leitura desse tipo de
texto, Antonio Marcos divulga os trabalhos dos poetas regionais, entre os quais
ele próprio, que é membro da Academia de Cordel do Vale do Paraíba.
Para
o poeta e professor Antonio Marcos Monteiro, ainda há bastante preconceito com
relação ao cordel e muitos mestres resistem em apresentar essa arte aos seus
alunos por considera-la “pobre ou popular demais”. Nos seus projetos, ele acaba
demonstrando que esse gênero literário é
riquíssimo tanto na forma como no conteúdo. “Tão rico que muitos especialistas
costumam considerá-lo uma ferramenta excepcional para desenvolver na garotada o
comportamento leitor”, assegura ele. Em suas palestras, costuma levar duplas de
cantadores violeiros e artistas plásticos ligados à xilogravura, que fazem
parte do universo do cordel. O pernambucano J. Borges, considerado o mais
importante xilógrafo do Brasil, já teve seu trabalho exposto até no Museu do
Louvre, em Paris.
Para Monteiro, o que faz da poesia de cordel um instrumento
capaz de estimular o hábito da leitura são características que costumam
encantar as crianças, entre elas a musicalidade das rimas, a temática, que
geralmente remete à cultura nordestina, e as metáforas, que abrem caminho para
boas discussões. “Tenho uma coleção de cordéis raros, entre eles a biografia do
ex-prefeito de Itabaiana, Dr. Antonio Batista Santiago, líder político que
marcou época, e através desse folheto podemos falar sobre nossa história local”,
explica o poeta.
Entre outras escolas, Antonio Marcos realizou projetos de
literatura de cordel também no Colégio Professor Maciel e Escola Iva Lira. Seu
trabalho foi publicado em revista da Secretaria de Educação do Estado, no
projeto “Liga pela paz”. “Tenho aprendido muito com o professor Doutor Manoel
Matuzalém de Sousa, da UFPB, ele que tem mestrado em Literatura Popular e
doutorado em Educação”, lembra Antonio Marcos. Matuzalém, que é padre, poeta
repentista e estudioso conhecido internacionalmente, foi quem iniciou Monteiro
nos estudos do cordel nordestino.
Antonio
Marcos Gomes Monteiro, nascido no dia 7 de julho de 1974, no sítio Onça, em
Itabaiana, Paraíba, é graduado em Língua Portuguesa, pós-graduado em Língua,
Linguagem, Literatura e Redação, poeta e cordelista, colecionador de mais de
1000 cordéis, membro da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, atualmente
residindo no povoado de Jacaré, município de Pilar. Entre outros trabalhos,
Monteiro é autor dos cordéis O Papa
Francisco no Brasil, O cachimbo de Izaias, Quem corta árvore florida comete uma
safadeza, Casa de taipa, Branca Dias, Nos passos de Lampião, A feira de Caruaru
e A feira de Itabaiana.
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