As oligarquias políticas
continuam dando as cartas no interior da Paraíba. Na próxima eleição de 2016,
elas estarão presentes nas disputas na maioria das cidades, segundo
levantamento feito pelo jornalista Adelson Barbosa no Correio da Paraíba. A
reportagem revela que as famílias de políticos controlam a maioria dos
municípios. Os chefes políticos assumem suas candidaturas ou apresentam
parentes.
Segundo o estudo, são netos,
filhos, irmãos, sobrinhos ou casados com quem exerce ou já exerceu algum cargo
eletivo. O percentual de renovação é muito pequeno, pois geralmente são dois
grupos que se revezam no poder local.
No vale do Paraíba, a
reportagem aponta São Miguel de Taipu como um fenômeno novo na postura de mando
das oligarquias políticas: o nascimento de uma corrente familiar oriunda de um
partido de esquerda, o Partido dos Trabalhadores. A ex-prefeita Marcilene Rodrigues
vai apresentar seu marido, Ricardo Pereira, como candidato de seu grupo
político. Em Itabaiana, a reportagem cita a ex-prefeita Eurídice Moreira, a
Dona Dida, que vai botar o bloco na rua tendo como candidato o seu filho,
Sinval Neto, filho do falecido médico Aglair da Silva, que também foi prefeito
da cidade.
Em Pilar, a prefeita Virgínia Veloso é matriarca da família
Ribeiro, mãe
dos parlamentares Agnaldo Veloso e Daniella Ribeiro. Virgínia Velloso tem uma
riqueza de R$ 128.058,98 mil.
A
família Ribeiro é a terceira família política mais rica do Estado, com uma
fortuna avaliada em R$ 3.775.153,32 milhões. O mais rico é o deputado federal
Aguinaldo Ribeiro (PP) que declarou ao TSE possuir uma riqueza avaliada em R$
3.575.094,34 milhões. A irmã dele, deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) tem
um patrimônio declarado em R$ 72 mil.
TRADIÇÃO
A tradição de grupos
familiares mandarem na política dos pequenos municípios é uma herança do fim do
século 19 e o início do século vinte, segundo o historiador José Octávio de
Arruda Mello. As oligarquias têm como inspiração os comandos no nível estadual.
Álvaro Machado por exemplo, foi Presidente do Estado da Paraíba por duas vezes
e responsável pela carreira política dos seus irmãos João e Afonso Machado, que
também governaram a Paraíba. Venâncio Neiva foi o primeiro presidente do Estado
e colocou toda sua família na política. Epitácio Pessoa comandou a política da
Paraíba por 15 anos. Em Umbuzeiro, sua cidade natal, ainda hoje existem
resquícios da oligarquia epitacista.
Atualmente, cerca de dezoito
famílias dominam a política na Paraíba e são donas de um patrimônio de R$ 32,4
milhões, de acordo com levantamento feito pelo portal PoliticaPB.
São
mães e filhos, pais e filhos, maridos e mulheres, avós e netos, etc. Wilson’s,
Motta’s, Vital’s, Cunha’s Lima, Roberto’s, Efraim’s, Paulino’s, Maranhão’s,
Carneiro’s, Ribeiro’s, Feliciano’s, Abreu’s, Henrique’s, Toscano’s, Germano’s,
Braga’s, Henrique’s, Odilon’s, Gouveia’s e Júnior’s.
Das
mais abastadas as mais “simplórias” nenhuma dessas famílias possuiu menos de R$
250 mil em patrimônio e algumas chegam a R$ 5,4 milhões. Individualmente esses
valores variam entre R$ 50 mil e R$ 4,8 milhões por pessoa. Alguns deles sequer
revelam sua fortuna, mas, imagina-se, deva ser bem maior que a aparente.
No
topo da lista das famílias políticas e milionárias na Paraíba está a do senador
Wilson Santiago e seu filho, o deputado federal Wilson Filho, ambos do PMDB. Juntos
eles possuem uma fortuna avaliada em R$ 5.460.280,00 milhões. Somente o filho
declarou ter uma riqueza de R$ 4.800.471,00 milhões. Já o pai apresentou uma
prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) onde revela ter apenas
R$ 659.809,28 mil.
Em
segundo lugar no ranking das famílias políticas mais ricas do Estado está a
Cunha Lima na qual se apresentam três integrantes, Ivandro Cunha Lima (tio),
Cássio Cunha Lima (sobrinho) e Romero Rodrigues (primo), todos do PSDB. Cássio
declarou possuir um patrimônio de R$ 642.654,00 mil. Seu segundo suplente
Ivandro, tem bens avaliados em R$ 3.456.485,01 milhões e o deputado federal
Romero, R$ 794.694,00 mil.
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