sábado, 31 de agosto de 2013

Itabaiana poderá ser a primeira cidade a aderir à moeda social na Paraíba

Moeda Social ou Moeda Solidária é uma moeda complementar ao Real, baseada nos princípios da Economia Solidária, que visa a distribuição de riquezas produzidas, e não o acúmulo. Sendo assim, a Moeda Solidária sistematiza as trocas de serviços e produtos realizadas localmente sem o uso da moeda vigente, o Real. Através de seu uso, cria-se uma rede de trocas compostas por parceiros da comunidade, fomentando o desenvolvimento local e trocas mais solidárias.
Isso faz com que o dinheiro circule mais na cidade, promovendo o desenvolvimento. Com o projeto, poderia ser criado um Banco Comunitário de Desenvolvimento para emprestar pequenas quantias a empreendedores da cidade.

Na Paraíba, só a comunidade São Rafael, na capital João Pessoa, está tocando esse projeto. São Rafael fica no bairro Castelo Branco, é uma comunidade pobre à beira do rio Jaguaribe com graves problemas sociais. Até agora, sete comerciantes já aderiram à moeda social e são conveniados com o Banco Jardim Botânico e sua moeda Orquídea, que disponibiliza pequenos empréstimos em convênio com a Rede Brasileira de Bancos e o Banco Cidadão, da Prefeitura de João Pessoa. “As comunidades não são pobres, mas empobrecidas”, constata Daniel Pereira, também diretor da Rádio Comunitária Voz Popular, que atua na área. Pesquisas indicam que 70% das pessoas moradoras da comunidade trabalham. “Pra onde vai esse dinheiro dos salários?”, pergunta Daniel, ensinando que, com a moeda social, a maior parte desses recursos gira na própria comunidade, o que gera desenvolvimento local.

“Estamos propondo uma reunião do pessoal do Banco Comunitário Jardim Botânico, da comunidade São Rafael em João Pessoa, com vereadores, prefeito e secretários, além de líderes comunitários de Itabaiana, para que os promotores dessa experiência expliquem o que é e como funciona a moeda social”, afirmou Daniel Pereira,  .

Daniel acredita que o prefeito de Itabaiana, por ser uma jovem liderança aberto ao novo, poderá aceitar o desafio de propor novas formas de desenvolvimento local. “Eu vi uma experiência muito interessante no Piauí, na cidade de Cocais, onde a prefeitura local adotou a moeda social e o prefeito decretou que 25% dos salários dos servidores fossem pagos nessa moeda, o que ‘bombou’ de vez a relação comercial com base na moeda do banco social que funciona na cidade, que passou a ter mais recursos circulando e fortalecendo a economia local”, explicou.


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