Transitar
pelas ruas centrais de Itabaiana é um verdadeiro teste de paciência, segundo
motoristas da cidade. O aumento do número de automóveis em circulação refletiu
em todas as artérias nos últimos anos, sem que nenhuma obra de alargamento e
melhoria viária tenha sido feita. As ruas estão esburacadas, sem sinalização e
aparentemente sem nenhuma fiscalização por parte dos setores competentes.
A condutora
Margareth Bandeira reclama da falta de educação no trânsito dos motoristas
locais. “É mais fácil dirigir nas grandes cidades. À revelia, os motoristas e
motoqueiros decidem por si qual a preferencial, onde parar e estacionar e ainda
têm o desplante de parar no meio da rua usando celular ou conversando com
pedestre. E você atrás, esperando sua boa vontade de dar passagem. Um
verdadeiro caos. E não se vê um só guarda nas ruas. Eu estou preferindo andar a
pé. Aliás, não sei pra onde se vai tanto de carro na nossa tão pequenina
Itabaiana”, reclamou nas redes sociais.
As pessoas
vão melhorando o padrão de vida e comprando carros, sem que os setores
governamentais acompanhem a demanda, provocando caos no trânsito até em cidades
pequenas como Itabaiana, com menos de 30 mil habitantes. As cidades do interior
estão entupidas de motocicletas, contribuindo para piorar o tráfego. O fluxo de
veículos, que aumentou demais com a facilidade de crédito, já se torna um problema
nessas localidades.
Uma solução
seria a municipalização do trânsito, prevista no Código de Trânsito Brasileiro,
em parceria com órgãos federais e estaduais. Muitos municípios, a exemplo de
Sapé e Santa Rita, já assumiram a responsabilidade pelo planejamento, operação
e fiscalização, tanto no perímetro urbano quanto nas estradas municipais. A
Prefeitura passa a desempenhar tarefas de sinalização, fiscalização, aplicação
de penalidades e educação para o trânsito.
Ouvido pela
reportagem, um vereador da cidade, que preferiu não ser identificado, disse que
a formulação de projeto de lei na Câmara instituindo a municipalização do
trânsito em Itabaiana é assunto melindroso. “Aqui temos uma cultura de
indisciplina no trânsito, e mexer com isso pode indispor o vereador com os
motoristas”, explicou. Muitos gestores não gostam de tratar desse tema por
razões políticas provincianas, mesmo porque grande parte da frota das pequenas
cidades roda irregularmente, com documentação do veículo atrasada e até sem
habilitação. “Chega uma hora em que temos que enfrentar com seriedade este
problema de mobilidade urbana”, disse o condutor Severino Ramo.
Atualmente,
pouco mais de dois mil municípios brasileiros achavam-se integrados ao sistema,
totalizando 60% da frota nacional de veículos.
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